Região Sudeste vai receber maior número de amostras. Brasil é pioneiro na América Latina a estender vacinação a meninos
O Ministério da Saúde pretende imunizar mais de 3,6 milhões de meninos contra o HPV em 2017. No total, cerca de 3,6 milhões de doses serão destinadas a meninos entre 12 e 13 anos, e outras 99,5 mil, para crianças e jovens de 9 a 26 anos vivendo com HIV/aids.
A meta faz parte do programa nacional de imunização da pasta, atualizado na última terça-feira (11), quando foi anunciado que as doses da vacina também seriam ministradas em rapazes.
A maior parte das doses deve ser encaminhada para a Região Sudeste: 1,4 milhão de vacinas. Em seguida, vem o Nordeste, onde serão disponibilizadas 1,1 milhão de doses. O estado que receberá o maior lote é São Paulo, onde serão entregues 735 mil vacinas – 700,2 mil para meninos de 12 e 13 anos, mais 35,5 mil para jovens entre 9 e 26 anos vivendo com HIV/Aids.
Ação integrada
A partir de janeiro do próximo ano, o Ministério da Saúde passa a disponibilizar a vacina contra o HPV na rotina do Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS).
“A inclusão dos adolescentes faz parte de um conjunto de ações integradas que o Ministério da Saúde tem realizado com o objetivo de conseguir mais resultados com os recursos financeiros já disponíveis. A ampliação da vacina é mais um avanço que conseguimos fazer, aproveitando essa redução de doses no grupo das meninas para ampliar a oferta também para os meninos. É muito importante a inclusão dessa faixa-etária. Precisamos estimular essa faixa a participar das mobilizações para vacinação”, destacou o ministro Ricardo Barros.
Para o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Adeilson Cavalcante, essa ação mostra a importância do Calendário Nacional de Vacinação para reduzir as doenças imunopreveníveis. “A ampliação do acesso à vacinação, que é uma ação da atenção básica, pode impactar na alta complexidade, com a redução dos casos de câncer. Além disso, essa estratégia vem ao encontro da decisão de tornar a gestão mais eficiente e fazer mais com os mesmos recursos”, ressaltou.
Oferta
O esquema vacinal para os meninos contra HPV será dividido em duas doses, com seis meses de intervalo entre elas. Para os que vivem com HIV, a faixa etária é mais ampla (9 a 26 anos) e o esquema vacinal é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses). No caso dos portadores de HIV, é necessário apresentar prescrição médica.
O Brasil será o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a adotar a medida. Atualmente, a vacina HPV para meninos é utilizada como estratégia de saúde pública em seis países (Estados Unidos, Austrália, Áustria, Israel, Porto Rico e Panamá). Portanto, o Brasil assegura a sétima posição e a vanguarda na América do Sul. A vacina é totalmente segura e aprovada pelo Conselho Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A estratégia tem como objetivo proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV. A definição da faixa-etária para a vacinação visa proteger as crianças antes do início da vida sexual e, portanto, antes do contato com o vírus.
A vacina disponibilizada para os meninos será a quadrivalente, que já é oferecida desde 2014 pelo SUS para as meninas. Confere proteção contra quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia para quem segue corretamente o esquema vacinal. Vale ressaltar que os cânceres de garganta e de boca são o 6º tipo de câncer no mundo, com 400 mil casos ao ano e 230 mil mortes. Além disso, mais de 90% dos casos de câncer anal são atribuíveis à infecção pelo HPV.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde